segunda-feira, 28 de março de 2011

Fórmula Um dos novos tempos. Tá faltando graça!

Piquet nunca cansou de zoar com o Mansell.
Nem fora das pistas!

Fiquei pensando em como poderia traduzir o que está no título desse post e cheguei à conclusão que a diferença da F1 de hj em dia com a do passado é a ausência de brasileiros na disputa pelo topo, e quando falo em disputa, me refiro a pegas nas pistas, preparo dos carros e malandragem, totalmente ausentes na atual F1. 


Sou um fascinado por carros desde que me conheço por gente. Na infância íamos, eu e meu pai, ao autódromo de Interlagos assistir desde corrida de Mobilette até F1, passando pelas extintas categorias do automobilismo brasileiro tais como as saudosas Divisões 3 (Fuscas, Opalas, Simcas e FNMs) e 4 (protótipos) e fórmulas Ford e  Super V. 

 Péga de TL com Chevette nas curvas do antigo
circuito de Interlagos pela extinta Divisão 3

 Divisão 4: protótipo (misturado com a Div 3)

 No segundo carro, patrocinado pelo jeans Gledson, Nelson Piquet
(ainda como Pike, nome para enganar o pai que era contra ele correr)
correndo pela espetacular Fórmula Super-V em Interlagos

 Largada da Divisão 3 - 
notem o Polara (Dodge 1800) em meio a um Opalão e um Maveca

 Divisão 4 - Protótipos

 Opala da Divisão 4 - Motor 4cc de 2500 cc
Os nomes daquele tempo, além é claro de Emerson Fittipaldi e José Carlos Pacce, eram Alex Dias Ribeiro, Pedro de La Mare, Ingo Hoffmann, Alfredo "Guaraná" Menezes (tio do Nelson Piquet). Além dos carros citados, vi muitos Maverick, Chevette, Dodge 1800 (Polara), etc.

 José Carlos Pacce, o "Môco", vence o GP Brasil de 1975
pilotando uma Brabham Ford

 Môco é exaltado em Interlagos!

Nos anos dourados do automobilismo e dos gênios das pistas, vi todos em ação presencialmente! Pilotos como Clay Regazzoni, Nick Lauda, Gilles Villeneuve, Keke Rosberg, Patrick Depallier, Patrick Tambay, Francoise Cevert, Jackie Stwart, Ronnie Petterson, Didier Pirroni desfilavam com seus carros pelas pistas do mundo como se estivessem nos quintais de suas casas. Para eles não tem carro ruim, pista ruim ou tempo ruim. Para eles, o que importa é acelerar e ganhar. E é disso que era feita a F1.

 Gille Villeneuve ultrapassando René Arnoux - genial!

E os ases brasileiros??? O que dizer do trio que trouxe ao país 8 títulos mundiais em um intervalo de 19 anos, e sem contar os vice-campeonatos, voltas mais rápidas, pole-positions?

Emerson na Lotus: #1
 Emerson na McLaren: #1


Piquet na Ensign: Nascia um campeão!

E o primeiro título veio em 1980 com a Brabham Ford
O segundo título, na mesma equipe com o Brabham BMW Turbo.
Piquet se sagrou o 1º e o último campeão da era turbo (83 e 87)
Senna em seu Tolleman... 2º em Mônaco na chuva com gosto de 1º!
Na Lotus, com a 1ª vitória, mostrou ao mundo que veio pra ganhar!
Na McLaren viveu seus melhores momentos e foi TRI!
De lá para cá muita coisa aconteceu, principalmente a evolução do automobilismo no Brasil e no mundo, as regras de segurança, os pilotos, e por fim, os custos! A elevação dos custos na F1 dariam fim à primeira e única equipe brasileira na categoria, a Fittipaldi. Com essa elevação anual de custos, a F1 passou de esporte a negócio em pouco tempo, e talento passou a ser apenas um dos detalhes que fazem do piloto o campeão do mundo. Caras como Fernando Alonso são agora os donos do campinho, com seus jatinhos particulares e pilotagem burocrática. Ganham posições em estratégias de pit stop sem a menor vergonha disso! E isso sem contar as ordens de ultrapassagens às quais os brasileiros são as maiores vítimas! Primeiro era com Rubens Barrichello e mais recentemente com Felipe Massa, passando pela safadeza da Renault com o Nelsinho Piquet para proteger o atual Dick Vigarista do circo. 

Dick Alonso Vigarista: nem vermelho fica!
Aprendeu bem com certo alemão! Rsss.

Carros a cada ano mais rápidos, mais tecnologia envolvida, asas móveis, pneus espetaculares, motores que alcançam assustadores e antes impossíveis 850 CV e girando a absurdos 18.500 RPM, chegando a ensurdecedores 160 Db quando rasgam as retas dos autódromos! Isso é mais do que um caça supersônico decolando! 

 Volante da McLaren 2010 - o piloto precisa ser expert em botões e funções

Foguete italiano: Motor Ferrari F1 2011
850 Cv a 18.800 RPM: brutal!

Mas anda faltando um ingrediente importante: piloto brasileiro de ponta! Só temos no momento o eterno derrotado Rubens "Rubinho" Barrichello e o "coitadinho" Felipe Massa. Onde foram parar nossos pilotos? 

 Essa é a imagem que tenho do Rubinho: um bom moço que deixa passar e depois chora pro papai que apanhou na pista!

 E esse é o Massa: não ganha mais nada, assina contrato de 2º piloto, deixa passar, mente que fez pela equipe e anda de cabeça baixa! 
Sem brilho de campeão!
 
A resposta é simples... acabaram as categorias inferiores no país! Nos tempos de Piquet e Senna, o bicho pegava pelas pistas tupiniquins, mas hj em dia, se quer correr por aqui, tem que ser de Linea, caminhão ou Stock Car. As categorias de "fórmula" acabaram. Eram as F-Ford, F3, F2 e por fim a Europa com seus campeonatos de F3 e F3000, berços dos meninos que sonhavam em chegar lá.
 Ayrton Senna da Silva no kart!
Era ali que se aprendia tudo!!!

Piquet no Super-V Gledson!
Escola de campeões!
Assisti corrida de rua em Floripa nos anos 80, FFord e F2 sulamericana... depois F-Renaul, F-Chevrolet... e acabaram com isso tudo... acabaram com nossas categorias de base... é como se acabassem com os campos de várzea no futebol... dessa forma, assim como acabariam os Neymar e Lucas, acabaram com os futuros Emerson, Piquet e Senna. 

É por isso que desde 1950, somente 32 pilotos chegaram lá, se tornando campeões mundiais de F1! Isso é pra realmente poucos, principalmente os que vieram antes de 1990. Eram os gênios alucinados que faziam do talento a diferença, nos tempos em que havia somente 2 chassis e 2 motores na categoria! 

Tyrrel P34 1975/6 de 6 rodas: revolucionário!

Deixo presente três vídeos para vcs, dos nossos três campeões mundiais, que nunca deixaram ninguém passar!

Emerson Fittipaldi na Coopersucar

Eleita a mais espetacular ultrapassagem de todos os tempos na F1.
Piquet x Senna em Hungaroring 1986
Eleita a mais espetacular volta de todos os tempos!
Senna em Donington Park  1993
Será que nunca mais iremos ver algo semelhante com um brasileiro? Que pena...

CAIO

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