Blog do Caião: 23 de Março: Aniversário de Florianópolis

Minha vida é dividida em três partes: São Paulo, Floripa e Lages. Vivi 100% dos meus dias até hj nessas 3 cidades espetaculares, sou um privilegiado portanto. São Paulo dispensa apresentações e devaneios, pois é a cidade mais importante do país e do continente. É lá que tudo acontece, embora muitos ainda achem que é em Brasília. Depois, viemos para Floripa, cidade que nos acolheu e nos adotou. Hj minha família vive em Lages, na serra catarinense.

Mas, minha homenagem hj vai para a aniversariante! Floripa, a Ilha mais linda do Atlântico Sul!!! Para quem acha que sabe o que é beleza natural, não tire conclusões antes de sobrevoar Floripa, com suas 42 praias dignas de todos os elogios que recebe mundo afora como uma das mais lindas cidades do Planeta!

Mas suas praias não são o mais belo da cidade... seu povo as supera nesse quesito. Vivi em Floripa por mais de 20 anos, e posso dizer que lá fiz muitos amigos! E olha, os manés (assim são conhecidos os nativos de lá) quando te tiram pra amigo, é pra sempre MESMO! Tenho amigos que permanecem comigo desde que cheguei naquela ainda provinciana Florianópolis do final dos anos 70, quando fui morar no Edifício Vila Rica (bem ali na Trompowsky, não tem?) e estudar meu 4º ano primário no pequeno Curso Elementar Menino Jesus, que de tão pequeno era chamado de "coleginho"... o coleginho era pequeno em estrutura, mas não em qualidade! Preparou-me com louvor para encarar o inesquecível Colégio Catarinese, onde vivi minha adolescência e fiz amizades que me parecem eternas! Meus primeiros amigos em Floripa foram a turminha do prédio (Alfredo, Maneca, Ricardo, Elmo), Nilinho e Marcelo Galiberne no CEMJ. Em Floripa tudo aconteceu em primeira mão para mim... a primeira Caloi 10, os primeiros campeonatos de botão, o primeiro skate, a primeira camisa 1, os primeiros sintomas do que mais tarde eu saberia que era paixão, o primeiro amor, as primeiras decepções, a primeira fossa, o primeiro porre, o primeiro beijo, os primeiros versos, a primeira volta na quadra dirigindo o velho Chevette... lembro tb do primeiro banho de cachoeira no Poção (eu, Christiano, Nilinho e Nilão), primeiro nascer do sol na Joaquina, lagoa do Peri com a turma do colégio, bailes de debutantes do 12, acampamentos no LIC, tênis na ELASE, futebol de salão no BESC, a UFSC... são muitas recordações alimentadas por sentimentos atuais e memória recente, pois Floripa ainda me chama como sempre chamou. Sou um mané! E um mané AVAIANO!

Daqueles que descem a serra só pra ver o time entrar todo de azul e branco naquele tapete de grama impecável, naquele estádio lotado de fanáticos torcedores. Tem tb aquele outro time de lá dipôx da pônti, não tem? Rsssss...

Dos tempos em que "sair pra balada" era dar uma pernada na Beira-Mar norte, do Vagão ao Kays Ki Dum, muito pouco, ou quase nada, restou...

ir ao cinema era na rua, fora do shoppping... Ritz, Cecontur ou São José. Quando acabava o filme, dávamos uma andadinha até ali, na Hercílio Luz (que ainda tinha um valo no meio, lembram?)... lá a gente se dividia entre os que queriam comer um cachorro quente do Alemão e os que queriam um sorvete na Caramba. Namorar no cinema era encostar o braço no dela... arrepiava... nos fazia sonhar... namorar sério era dançar mais de uma lenta com ela na festinha americana... os amigos nem pediam pra dançar mais com ela... lealdade, coisa que morreu com os anos 80. As boates de Floripa eram quase como o recreio do Catarinense... mas nenhuma se comparou à Chandon. Lá a gente consolidava a semana... ao som de muito rock nacional nas pick-ups do Albatroz, lembram disso?

Mas Floripa cresceu... muitos dizem que os manezinhos estão em extinção e que a ilha nunca mais será a mesma. Parece repeteco do que eu escutava dos mais velhos láááá nos anos 80. A cidade está cosmopolita, rica e badalada, mas a essência permanece! Quem vem, dificilmente se vai sem deixar na ilha um bom pedaço do coração. Floripa é sim a ilha da magia... não por suas bruxas, mas sim por sua capacidade de enfeitiçar que a vê, quem a vive intensamente como eu fiz e faço. Não tenho nenhuma outra forma de expressar o que sinto por esse "pedacinho de terra perdido no mar" a não ser que AMO VC FLORIPA!

Obrigado... obrigado pelos dias e pelas noites... obrigado pelos manés... obrigado pela natureza... obrigado pela história da minha vida... obrigado pelos "amigos pra sempre"... obrigado pelo Colégio Catarinense e pela UFSC...

obrigado pela turma do Kays Ki Dum... obrigado pela beleza do reflexo da lua cheia nas águas da lagoa da Conceição... obrigado pelo nascer do sol na Joaquina e pelo pôr do sol em Cacupé...