quinta-feira, 2 de junho de 2011

A nova "bactéria assassina"



Não há como não ser surpreendido quando uma espécie de bactéria tão rara causa um estrago tão grande como a Escherichia coli O104:H4, um microorganismo capaz de produzir uma toxina poderosa e levar um ser humano à morte rapidamente. 
Nós convivemos com bactérias Escherichia coli no nosso dia a dia, pois elas habitam nossos intestinos sem nos causar problemas naquele local. São importantes causadoras de infecções de trato urinário, porém de fácil tratamento e cura.
Essas bactérias adquirem facilmente genes que podem caracterizar mudanças importantes em relação à sua patogenicidade, ou seja, à sua capacidade de causar infecções. Essas modificações podem se manifestar como resistência a alguns antibióticos, como as recentes KPC e, além de outras modificações importantes, podem passar a produzir toxinas.
Mas por que as bactérias produzem toxinas? Para matar o homem? São elas assassinas?
Não... não são assassinas... não tem a menor intenção em destruir seu hospedeiro, mas sim destruir outras bactérias que disputam alimento com elas em seu micromundo. Ocorre que os alimentos ficam contaminados com as toxinas, e quando nos alimentamos deles, as ingerimos junto. Neste caso especificamente, essa raríssima variedade de E. coli produz toxinas de dois tipos: Shiga 1 e Shiga 2, que são codificadas pelos genes Stx1 e Stx2. Estas toxinas agem de forma a destruir células intestinais causando uma diarréia severa com ou sem perda de sangue - casos mais graves.
A infecção pode evoluir em severidade para quadros de Síndrome Hemolítico Urêmica, insuficiência renal e óbito.
Hábitos básicos de higiene como LAVAR AS MÃOS antes de comer, evitar alimentos crus, não usar adubo de origem humana dentre outros, são fundamentais na proteção contar esta e outras infecções de origem alimentar.

Sobre a epidemia na Europa, com 18 mortes e mais de 500 casos até o momento, o que posso dizer é que é uma bacéria transmissível e que todo cuidado é pouco a quem pretende ou precisa ir para as regiões afetadas. E cuidado com o pepino! Rssss. Abração a todos!

Caio Salvino

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