quinta-feira, 9 de junho de 2011

Seleção brasileira e o torcedor delirante


É fato que não sou um torcedor daqueles comuns... sou do tipo "delirante", daqueles que é capaz de dizer que está torcendo pro outro time só para estar livre de si mesmo em caso de derrota. Sou daqueles que, em dia de jogos, veste a camisa, o boné, a jaqueta do time... que cata a bandeira guardada no armário e a deixa preparada, pois em caso de vitória, obviamente sairá na carreata. 

 
Agora tentem imaginar esse torcedor em dia de jogos oficiais da Seleção Brasileira! Aí é que o coração, patriota como poucos, se deixa falar, bater mais forte, no limite sutil entre a sanidade e a loucura! 
Amo meu país, amo futebol e logo, amo a seleção. Quero ver a seleção ganhar!!! Sempre!! E mais... a quero dando show!!! E faz tempo que não a vejo ganhar, e mais tempo ainda que não vejo show.
Infelizmente, a última vez em que show foi dado, a vitória não veio. Na sequencia, as vitórias vieram sem show algum.
Em 1982, uma seleção brasileira encantava até aos mais desatentos dos torcedores pelo planeta. O time comandado pelo saudoso Telê Santana trazia um novo estilo de jogo que surpreendeu o mundo da bola: o esquema "sem ponteiros" e com laterais ofensivos que iam e vinham alternadamente, um meio campo genial e um ataque fazedor de gols. Era assim a escalação do time titular: Valdir Perez; Leandro, Oscar, Luizinho e Júnior; Falcão, Sócrates, Dirceu e Zico; Serginho e Éder. Alguns dizem que se Leão, que era indiscutivelente o melhor goleiro naquele momento, estivesse jogando no time titular ou se Carlos não estivesse contundido, Valdir Peres nem teria ido. Era fraco mesmo e destoava do grupo. Serginho Chulapa seria reserva caso Careca não estivesse machucado. Pouco importa isso hj. O futebol arte que passou por cima da Argentina de Maradonna como se fosse um jogo treino, seria mais tarde derrubado pela Itália do mafioso da loteria Paolo Rossi, mais precisamente no dia 5 de Julho de 1982 no Estádio Sarriá. Uma derrota que, ao que me parece, matou o que de mais belo havia no futebol canarinho: a genialidade e a graça.

 
Após isso, times burocráticos foram sendo montados até que ganhamos o tetra e depois o penta. Mas onde ficou a arte? A genialidade? A graça?
Havia um tanto disso nos pés de Bebeto, Mazinho, Romário, Rivaldo, Djalminha, Ronaldo... talvez em mais um ou outro que não me recordo agora... mas uma seleção genial? Não vi mais... regredimos! Desaprendemos nosso próprio diferencial ao exportarmos nossos talentos à europa, que em troca os ensina a não jogar... os ensina a praticamente entrar em campo de terno e gravata, como se fossem executivos de multinacionais. Duros, sem ginga e principalmente sem sorriso no rosto... bolsos fartos, é verdade... mas onde ficou o sorriso? Ficou no passado dos campos de pelada com os amigos, no pagode da concentração, na necessidade de sonhar para poder realizar. E nossa seleção vai sendo formada por muitos executivos de terno e gravata, que querem ensinar bons modos aos nossos meninos que "insistem" em driblar, brincar, fazer golaços, e notoriamente, sorrir. 
Para esse torcedor delirante, falta isso... é por essas e outras que ainda creio na seleção de Neymar, Lucas, Robinho, Ganso, Pato... Julio Cesar é um paredão e nossa defesa me parece sólida... então, Mano, deixa a molecada bater pelada, driblar, brincar, fazer golaços e sorrir... e dessa forma, quem sabe em 2014 em gramados tupiniquins, nossa arte venha ajudar a reunir novamente show com vitória?
Só Deus sabe... mas como Deus é brasileiro (dizem), tô indo ali preparar a camisa, o boné e a bandeira! Pra cima deles, Neymar!!!!!


Abçs

CAIO

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