terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Vinho: prazer ou tortura?

Muita gente deve ter lido o título deste post e questionado minhas palavras: Como pode vinho ser tortura? É claro, amigo leitor, que me refiro a um bom vinho, e não aqueles que usamos para temperar o frango do churrasco de domingo. Refiro-me à nobre bebida que nos faz passar algum tempo de nossas corridas vidas nas prateleiras dos supermercados, ora escolhendo o vinho, ora escolhendo o que comer com ele. 

Isso tudo, a princípio, é prazer puro! Ainda mais quando chega o momento de, ao som de uma música de seu agrado, degustar o néctar dos Deuses. Se em uma janta ou aperitivo, não importa. Vinho é prazer! Não concorda?

Bem, eu pensava assim até me defrontar com "a arte" do vinho! Na verdade, essa arte é para muito poucos, e quando digo  poucos, são na verdade RAROS! Raríssimos! Ter tempo para estudar verdadeiramente o vinho é para profissionais! Enólogos ou sommeliers, estes sim necessitam de certas informações para que possam repassar a seus clientes, apreciadores dos bons vinhos, mas sem o mesmo tempo disponível.
Conheci um sommelier que fez cursos na França e na Itália e é profundo conhecedor de vinhos. Sabe o que ele me disse? "Em alguns momentos sinto não saber nada sobre vinhos.. meu olfato e paladar constantemente me enganam e me deparo comigo mesmo saboreando um vinho que, se estivesse avaliando, provavelmente estaria criticando e achando seus pontos ruins. É uma tortura!". 

E assim, amigos, me sinto de vez em quando ao querer degustar meus vinhos tentando entendê-los quanto as suas características olfativas e degustativas. Aromas como "notas de amêndoas", ou "flor de laranjeira", são caçados por mim através de minhas armas: boca e nariz! Quando eu consigo distinguir, algo dentro de mim (ego) salta de felicidade, e me flagro sendo tão chato como o mais chato dos bebedores de vinho, e comentando coisas chatas... eu gostaria apenas de dizer "que delícia de vinho", assim como quando coloco na boca uma colherada de mousse de maracujá! 

É simples! É natural! Ou o vinho é  bom, ou é ruim! 
Ou vc gosta, ou não gosta... e se gosta é por um conjunto de fatores como odores, sabores, cor... harmonização com o que está comendo... ou alguém gosta de vinho tinto seco com sobremesa? Ou ainda vinho branco doce com carne? 

Supridas estas necessidades básicas de conhecimento, escolha os vinhos, saboreie-os com prazer, e crie o rol de seus rótulos preferidos. Mas nunca, nunca mesmo, se torne escravo do conhecimento, da necessidade de saber explicar porque gosta daquele vinho... aí então, bebê-lo terá se tornado tortura!



Abração e beba com moderação!
CAIO

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